AME6091. ANAHEIM (ESTADOS UNIDOS), 09/09/2022.- Fotografía cedida por The Walt Disney Company del The Ultimate Disney Fan Event. a convención "D23 Expo: The Ultimate Fan Event" volvió un año después de lo previsto a causa de la pandemia de la covid-19 y lo hizo con una gran acogida por parte del público, que abarrotó el Centro de Convenciones de Anaheim, ciudad cercana a Los Ángeles, mostrando su entusiasmo. EFE/ Image Group La The Walt Disney Company SOLO USO EDITORIAL SOLO DISPONIBLE PARA ILUSTRAR LA NOTICIA QUE ACOMPAÑA (CRÉDITO OBLIGATORIO)

Sobrinha-neta de Walt Disney mostra desigualdade nos EUA em documentário

Miami, 19 set (EFE).- Codirigido por uma sobrinha-neta de Walt Disney, o documentário «The American Dream and Other Fairy Tales» («O sonho americano e outros contos de fada», em tradução livre), que expõe a crise de desigualdade nos Estados Unidos através da situação dos trabalhadores do grupo que detém os chamados «lugares mais felizes do mundo», chega ao público nesta semana.

O documentário em longa-metragem produzido e dirigido por Abigail Disney e Kathleen Hughes, que estreou em janeiro no Festival de Sundance, foi lançado de forma significativa nos cinemas americanos em Orlando, sede um dos dois parques da Disney do país, no fim de semana ado.

A partir de 23 de setembro, o filme chegará a cinemas em Chicago, San Francisco, Los Angeles e outras grandes cidades dos EUA, e será exibido em um festival de documentários em Nova York.

Vencedora de um Emmy, Abigail Disney é neta de Roy Disney, irmão de Walt Disney e cofundadora da empresa que tem o nome da família e é proprietária de parques temáticos e estúdios de cinema, entre outros ativos.

Abigail Disney, que é acionista, mas não ocupa nenhuma posição no grupo Disney, começou a pensar no documentário em 2018, após um encontro com trabalhadores da empresa que leva o seu nome e que lutavam para colocar comida na mesa, segundo o site do documentário.

Convicta de que o seu avô nunca teria tolerado a fome dos funcionários no «Lugar mais feliz do mundo», Abigail analisa a história do capitalismo americano moderno desde meados do século ado, quando a riqueza era mais equitativamente partilhada, até agora, quando os diretores executivos ganham até 800 vezes mais do que a média dos empregados.

Filmado durante um período de dois anos, «The American Dream and Other Fairy Tales» combina a história familiar de Abigail e as histórias dos trabalhadores da Disneyland com comentários de historiadores, autores e acadêmicos.

O filme apresenta imagens de arquivo, animação e filmes da família Disney nunca antes vistos.

DOCUMENTÁRIO COM PROPÓSITO.

Abigail, que faz parte da organização Millionaires for Humanity, esteve na estreia do seu documentário no cinema Enzian, em Orlando, durante o fim de semana.

Em entrevista ao «Orlando Weekly», a cineasta disse que enquanto ela tinha «grandes diferenças políticas» com o avô, tem a certeza de que «no fundo» ele sabia que para os trabalhadores nos EUA as coisas estavam piorando «de forma lenta, mas com certeza».

«Ele sabia que as pessoas que trabalhavam lá (nos parques Disney) eram o molho mágico que fazia a diferença para as pessoas que chegavam e que tratá-las mal é um meio estúpido do ponto de vista empresarial e simplesmente errado do ponto de vista moral», enfatizou.

A diretora é uma forte defensora de salários mais elevados nas grandes empresas como forma de reduzir a desigualdade.

«O primeiro e mais importante o é aumentar os salários não só marginalmente, mas de uma forma que reconheça realmente que as pessoas merecem uma vida segura e saudável, e ter o a coisas como a educação para os seus filhos», argumentou.

Embora o preço das ações da Disney possa ser afetado caso os salários aumentem e isso a afete «pessoalmente», ela acredita que «se as empresas não optarem por liderar nesta questão, Wall Street nunca reconhecerá que tem conduzido um comportamento empresarial que tem sido incrivelmente destrutivo».

Quando questionada sobre o objetivo do documentário, Abigail Disney disse que não busca atacar o grupo criado pelo seu avô e tio-avô, porque «não é um problema da Disney».

«A Disney é um ótimo lugar para ir e olhar para o problema e falar sobre ele, mas, mais amplamente, deveríamos pedir mais da nossa economia e de todas as partes que a constroem», comentou. EFE