São Paulo (EFE).- Principal economia da América Latina e o quinto maior destino global de investimentos estrangeiros, o Brasil buscou promover nesta segunda-feira as oportunidades que oferece em economia verde durante o Fórum Brasil de Investimentos (BIF, na sigla em inglês), o maior evento do setor na região.
Representantes do governo e da agência de promoção de exportações e investimentos, a ApexBrasil, destacaram o potencial do país nos setores de energia, agronegócio, infraestrutura física e social e inovação, que são prioritários, e ressaltaram o ambiente de “paz e estabilidade institucional”.
“A situação do Brasil é única, porque o mundo está sofrendo uma crise climática e precisa fazer a transição ecológica, e o país está agora oferecendo ao mundo investimentos nessa área, e também está trabalhando na segurança alimentar, o agronegócio está crescendo, estamos reduzindo o desmatamento e trabalhando pela sustentabilidade”, disse o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana.
O executivo estimou que, até 2026, o país atingirá a cifra de US$ 1 trilhão acumulados em investimentos estrangeiros e fluxos de comércio exterior, o que considerou “extraordinário do ponto de vista da geração de empregos e da presença do Brasil no mundo”.
Rota de investimentos
O investimento estrangeiro está chegando a 18,5% do PIB, de acordo com o vice-presidente Geraldo Alckmin, que acredita que o país tem potencial para melhorar esse número, que ainda considera baixo.
“Temos que atrair mais investimentos estrangeiros diretos, para que possamos crescer de forma mais sólida e sustentável. E as oportunidades são enormes”, ressaltou Alckmin.
Alckmin, também ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços argumentou que “não há crescimento, emprego ou renda sem investimentos” e descreveu o Brasil como “o principal ator nos três grandes desafios globais: segurança alimentar, segurança energética e clima”.
Agricultura familiar, uma solução sustentável
Por sua vez, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Fernando Teixeira, lembrou que o país é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo, com tecnologia de ponta, e destacou o papel da agricultura familiar como um investimento importante diante das mudanças climáticas.
Para o ministro, essa modalidade tem um “enorme poder” de aumentar a produtividade por meio da recuperação de áreas degradadas, especialmente na região amazônica.
“Podemos recuperar a cobertura vegetal com espécies produtivas, que hoje são muito rentáveis no Brasil. Esse é um dos focos de investimento no Brasil, a recuperação de áreas degradadas por meio de sistemas agroflorestais, integrando lavouras, florestas e pecuária, explicou.
Teixeira destacou o potencial da macaúba, do óleo de palma, do açaí e do cacau, entre outros.
“São commodities que trazem resultados econômicos muito valiosos para o país. Por isso, queremos convidar os investidores a formar uma aliança para a recuperação de áreas degradadas com a agricultura familiar associada à agroindústria e com valor agregado”, acrescentou.
Acordos e discussões fundamentais
Durante a sétima edição do BIF, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Ministério da Indústria anunciaram que trabalharão juntos para criar uma plataforma unificada, com tecnologia de ponta, para facilitar o processo regulatório de investimentos no Brasil.
O gerente do BID para o Cone Sul, Morgan Doyle, também assinou uma carta de intenções com Jorge Viana, estabelecendo uma cooperação que ajudará os governos regionais a melhorarem a capacidade de atrair investidores internacionais.
Além disso, a ApexBrasil e o Ministério do Planejamento e Orçamento firmaram um memorando de entendimento para promover uma rota de exportação para o Cone Sul e intensificar o comércio na região.
O evento, organizado pela ApexBrasil, pelo Governo Federal e pelo BID, em São Paulo, também reuniu especialistas e representantes do setor privado para discutir temas como transição energética, segurança alimentar e desenvolvimento sustentável.
Além disso, paralelamente aos painéis, foi realizada uma reunião entre agências latino-americanas de promoção de investimentos, na qual cada país apresentou suas políticas de investimento sustentável, defendendo a importância da integração regional. EFE