Rafael Nadal após a derrota para Alexander Zverev nesta segunda-feira em Roland Garros, Paris. EFE/TERESA SUAREZ

“Mostrei que estou pronto para mais”, diz Nadal após possível despedida de Roland Garros

Paris (EFE).- Eliminado pelo alemão Alexander Zverev na primeira rodada de Roland Garros nesta segunda-feira, o espanhol Rafael Nadal disse que deixa o Grand Slam francês – do qual é o maior vencedor, com 14 títulos, “em paz” consigo mesmo, depois de ter mostrado que está “pronto para mais” do que apresentou na partida, que pode ter marcado sua despedida da competição.

“Não tive sentimentos ruins. Mostrei que estou pronto para mais do que o que fiz, que foi cair na primeira rodada”, disse o espanhol, que lamentou que o sorteio o tenha colocado na primeira rodada contra “um dos melhores do mundo”.

Apesar disso, Nadal disse que teve suas chances na partida e sentiu que em alguns momentos jogou um bom tênis, embora insuficiente para vencer um adversário da estatura de Zverev, que avançou no torneio com o placar de 3 sets a 0, com parciais de 6-3, 7-6(5) e 6-3.

“Acho que joguei uma boa partida, levando em conta a forma em que eu estava. Em alguns momentos, joguei bem, muito bem. Em outros momentos, cometi erros que podem ser explicados pela falta de ritmo. Não se constrói uma casa em dois dias”, analisou.

“Consegui jogar sem limitações, joguei a partida, lutei, tive chances reais de colocar a partida em uma situação completamente diferente contra um dos melhores jogadores do mundo. Saio satisfeito”, acrescentou.

Sobre seu futuro, Nadal disse que tem até os Jogos Olímpicos de Paris para ver se está em condições de continuar.

“Lá, vou fazer um balanço, ver como estou em todos os níveis, motivação, físico, para tomar uma decisão. Muita coisa pode acontecer em um ano, vai depender de eu conseguir me estabilizar e aproveitar o dia a dia, o que tem sido impossível nos últimos dois anos.

A lógica me diz que será muito difícil chegar ao ano que vem. A realidade se tornará clara com o ar das semanas”, comentou.

“Mas, se esta tiver sido a minha última vez em Roland Garros, estou em paz comigo mesmo. ei 20 anos aqui, dei tudo de mim por esse torneio. Meu sonho era voltar, eu perdi, mas isso faz parte do jogo”, enfatizou.

Nadal agradeceu o apoio do público. Na arquibancada estavam os líderes dos rankings masculino e feminino, o sérvio Novak Djokovic e a polonesa Iga Swiatek, além de seu compatriota Carlos Alcaraz.

“É normal que eles estejam lá, pode ser minha última partida aqui. É normal que eles estejam interessados em me ver neste lugar onde acumulei tanta história. Isso significa que deixei um legado positivo”, analisou.

O espanhol considerou improvável que jogue a temporada de saibro porque “não seria sensato fazer a transição para a grama e depois voltar ao saibro novamente para os Jogos Olímpicos”.

Sem querer dar um tom de nostalgia às suas palavras, Nadal lembrou os seus anos na capital sa, disse sentir-se “orgulhoso” do que conseguiu, da sua luta contra as lesões, mas disse que por agora não precisa de uma homenagem, porque quer “focar no tênis”.

“Não tenho um ego tão grande para precisar de uma homenagem hoje”, disse o espanhol, que reiterou que, se não continuar jogando tênis no próximo ano, poderá viajar à capital sa para receber a homenagem que os organizadores quiseram preparar para ele neste ano.

“Não gosto muito de olhar para trás, mas suponho que com o tempo, quando tudo acabar, vou valorizar um pouco mais o que aconteceu aqui”, confessou Nadal, que reconheceu ter ado por “muitos momentos baixos, de não ver a luz” e se parabenizou por ter “mantido a disciplina, embora nem sempre o entusiasmo” para superá-los. EFE