Fernando Sabag Montiel (c), acusado de atentar contra Cristina Kirchner. EFE/Arquivo

Brasileiro que atacou Cristina Kirchner tinha pornografia infantil no celular

Buenos Aires (EFE).- Uma procuradora da Argentina acusou nesta terça-feira o brasileiro Fernando Sabag Montiel, principal acusado pela tentativa de atentado contra a vice-presidente Cristina Kirchner no último mês de setembro, pela suposta posse “para fins de distribuição” de imagens “de abuso sexual infantil”, segundo confirmaram fontes jurídicas à EFE.

A titular da unidade do Ministério Público especializada em crimes e contravenções informáticas, Daniela Dupuy, acusou Montiel, de 35 anos e já detido após tentar atirar em Cristina, depois que os investigadores descobriram o material em seu celular.

Especificamente, o brasileiro é acusado pela posse de 119 arquivos de imagens e vídeos, e distribuição de três vídeos, todos eles, segundo a investigação, com menores de 13 anos.

A acusação, que tramita em um processo diferente daquele que investiga o ataque à vice-presidente e que agora deve ser acatada ou rejeitada pelo juiz, se trata, segundo fontes, de “posse para fins de distribuição de material de abuso sexual infantil”.

Justiça argentina a dados de Montiel

No início deste mês, a Justiça argentina conseguiu ar os dados do celular do detido, depois que na primeira tentativa de extração de informação, por parte da Polícia Federal Argentina no dia seguinte ao atentado, o aparelho foi bloqueado e formatado, uma ocorrência que também está sob investigação.

Conforme relatado na época, a Polícia de Segurança Aeroportuária (PSA) conseguiu recuperar, entre outros materiais, todo o banco de dados do aplicativo de mensagens Telegram e os arquivos multimídia.

Também foi possível vincular o número de telefone com contas do Google e ar redes sociais como o Instagram.

Cristina, que foi presidente entre 2007 e 2015, escapou ilesa de um ataque que sofreu em 1º de setembro em frente à porta do prédio onde mora em Buenos Aires, durante uma manifestação de apoiadores após a vice-presidente ter sido alvo de um pedido de 12 anos de prisão por suposta corrupção.

Por esse crime, a Justiça argentina já processou e mantém em prisão preventiva tanto Montiel quanto Brenda Uliarte, de 23 anos e namorada do brasileiro, acusada de coautoria do ataque.

Também foram indiciados Nicolás Carrizo, 27, e Agustina Díaz, de 21 anos e amiga de Uliarte, como “participantes secundários” do “plano comum” de matar a vice-presidente junto com os outros dois detidos. EFE