San Juan (EFE).- O presidente da Guiana, Irfaan Ali, afirmou nesta quarta-feira que o plano de ação desenhado pela Venezuela é “uma ameaça iminente” à sua integridade territorial e à paz mundial, razão pela qual anunciou “medidas de precaução” para proteger o país.
O primeiro o será levar hoje o assunto ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que esse órgão possa adotar “medidas adequadas”, disse o presidente guianense em comunicado.
Ali também declarou que a Força de Defesa da Guiana está “em alerta máximo” e em contato com seus homólogos militares em outros países, incluindo o Comando Sul dos Estados Unidos.
Esta declaração é divulgada depois de ontem o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ter lançado um plano de ação para a região de Essequibo, o território de 160 mil quilômetros quadrados em disputa com a Guiana.
Este plano inclui a concessão de licenças para exploração de petróleo e destacamentos militares em cidades próximas da área em disputa, embora, por enquanto, Maduro não tenha anunciado uma incursão na área.
“As medidas anunciadas ignoram descaradamente a ordem emitida pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) em 1º de dezembro de 2023”, denunciou Ali.
Na sexta-feira ada, o TIJ instou Caracas a “abster-se” de tomar “qualquer ação que modifique” a situação no território ou que possa “agravar ou prolongar” este litígio perante o tribunal.
No entanto, o tribunal de Haia não pediu diretamente o cancelamento da realização do referendo do dia 3, como a Guiana havia solicitado.
“Ao desafiar o Tribunal, a Venezuela rejeitou o direito internacional, o Estado de direito em geral, a justiça e a preservação da paz e segurança internacionais. Declarou-se literalmente uma nação fora da lei”, ressaltou o presidente guianense.
Ali advertiu ainda que nada que a Venezuela faça impedirá a Guiana de prosseguir com o caso perante o TIJ, nem impedirá que o Tribunal emita a sua decisão final sobre este litígio, embora Caracas rejeite que tenha jurisdição na matéria.
O presidente da Guiana também indicou que conversou com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e com vários líderes para alertar sobre “estes acontecimentos perigosos e as ações desesperadas do presidente Maduro”.
Em sua opinião, estas ações “vão contra o direito internacional e constituem uma grave ameaça à paz e segurança internacionais”. EFE