Moscou (EFE).- O Kremlin disse nesta terça-feira que desconhece o paradeiro do líder opositor russo, Alexei Navalny, que há uma semana não entra em contato com seus advogados e que, segundo seus colaboradores no exílio, teria sido transferido para uma nova prisão.
“Não, não temos a intenção nem a possibilidade de conhecer o destino dos prisioneiros e os detalhes da sua estadia nas instituições penitenciárias correspondentes”, disse Dmitry Peskov, porta-voz presidencial do governo da Rússia, na sua coletiva de imprensa diária.
Na mesma coletiva, Peskov qualificou como “inissível” a interferência dos Estados Unidos na situação de Navalny, que cumpre quase 30 anos de prisão.
“Aqui estamos falando de um prisioneiro que foi considerado culpado perante a lei e está cumprindo a pena que lhe foi atribuída. Consideramos inissível e impossível qualquer interferência, seja de quem for, incluindo os EUA”, destacou.
O porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, antecipou ontem que expressará a Moscou sua preocupação com a condição de Navalny.
Os colaboradores do líder opositor, que há uma semana denunciam a impossibilidade de contatar o político, alertaram na segunda-feira que este já não se encontra na prisão número 6 da região de Vladimir, onde cumpria pena desde junho de 2022.
“Acabaram de dizer ao seu advogado que o prisioneiro Navalny já não está na prisão”, escreveu hoje Kira Yarmish, uma das aliadas do opositor, na rede social X.
Neste momento, não se sabe se o líder opositor será transferido para uma prisão na parte europeia da Rússia ou para outra penitenciária na Sibéria.
Seus aliados acusam o Kremlin de querer silenciá-lo logo depois de o presidente Vladimir Putin ter anunciado sua intenção de concorrer à reeleição.
No último dia 7 de dezembro, Navalny pediu da prisão para que as pessoas votem contra o chefe do Kremlin nas eleições de 17 de março de 2024.
“Fazemos um apelo a todos para irem às urnas e votarem contra Vladimir Putin. Isto pode ser feito colocando uma cruz na caixa de qualquer outro candidato”, escreveu Navalny no seu canal no Telegram. EFE