Bombeiros buscam por vítimas entre escombros em Suzu, no Japão, no dia 7 de janeiro. EFE/JIJI PRESS

Terremoto no Japão completa uma semana com 168 mortos e cerca de 300 desaparecidos

Tóquio (EFE).- Uma semana depois do devastador terremoto que deixou pelo menos 168 mortos e mais de 300 desaparecidos, o Japão segue nesta segunda-feira com a busca por vítimas e a assistência aos afetados, dificultadas pela neve e pelos danos nas estradas.

As autoridades locais divulgaram hoje os dados mais recentes sobre as mortes confirmadas no terremoto de 7,6 graus de magnitude que atingiu a província de Ishikawa e anunciaram que outras 323 pessoas permanecem desaparecidas como resultado do desastre.

A maioria das mortes ocorreu nas cidades de Wajima e Suzu, onde também se concentram as tarefas de busca e salvamento, enquanto mais de 500 pessoas ficaram feridas em graus variados no terremoto mais devastador no Japão da última década.

Neve e estradas fechadas

O o terrestre ao norte da península de Noto, a área mais atingida pelo sismo, foi praticamente bloqueado pelos numerosos fechamentos de estradas danificadas pelo terremoto ou por quedas de rochas, avalanches de terra ou queda de postes, edifícios e outras infraestruturas.

Soma-se a isso a frente de ar frio que está deixando temperaturas abaixo de zero e nevascas de até 13 centímetros na área, o que dificulta ainda mais o trânsito de veículos e aumenta o risco de novos desmoronamentos ou deslizamentos de terra ou de provocar hipotermia em pessoas que estão em casas ou abrigos sem eletricidade ou água corrente em alguns casos.

Além disso, durante os últimos dias os tremores secundários do terremoto continuaram com o epicentro também na área de Noto, incluindo alguns com magnitude superior a 5 graus.

Esses sismos, juntamente com as condições climáticas adversas, causaram novos movimentos de terra e mais danos em edifícios ou rotas de transporte.

O Ministério dos Transportes japonês indicou que ainda não sabe quando o tráfego poderá ser retomado normalmente nas principais vias de o a Noto, situação que levou alguns especialistas a criticar a demora das autoridades na reparação de infraestruturas essenciais para fornecer suprimentos básicos aos afetados e facilitar as tarefas de salvamento.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, afirmou ontem que “tudo o que for possível” será feito para ajudar as pessoas nas “grandes áreas que permanecem isoladas”, e disse que estão sendo consideradas medidas como o o a pé ou de helicóptero por parte das Forças de AutoDefesa (o Exército do Japão).

Kishida também anunciou que o terremoto no centro do Japão será designado como um “desastre extraordinário”, o que permitirá um tratamento istrativo especial para os afetados quando solicitarem ajuda ou procedimentos de todos os tipos.

Ginásios e hotéis para alojar desabrigados

Cerca de 28 mil pessoas permanecem abrigadas em centros de evacuação temporária, enquanto há cerca de 15 mil casas sem água corrente e mais de 14 mil sem eletricidade.

Além disso, estima-se que mais de 2.000 pessoas em Ishikawa permanecem isoladas em 24 localidades devido a danos em estradas e outras vias de o.

Esta situação levou as autoridades regionais a instalarem um novo centro de evacuação em um ginásio público da cidade de Kanazawa, onde foram instaladas mais de 200 tendas para acolher a partir de terça-feira idosos, grávidas e outras pessoas com necessidades especiais.

O governo japonês pediu também aos hotéis e albergues tradicionais da região que ofereçam alojamento temporário aos desabrigados, prevendo-se que nos próximos dias sejam transferidas para estes as vítimas que se encontram em situações mais precárias.

O terremoto da última segunda-feira já é o mais mortal no Japão desde o de 2011, um tremor de 9 graus de magnitude que provocou um tsunami que deixou mais de 20 mil mortos e causou o desastre nuclear de Fukushima, o pior desde Chernobyl (Ucrânia) em 1986. EFE