EFE/HAITHAM IMAD

Países árabes afirmam que é necessário parar guerra em Gaza para evitar conflito regional

Cairo (EFE).- Vários países árabes repudiaram nesta sexta-feira os bombardeios dos Estados Unidos e do Reino Unido contra o Iêmen e expressaram preocupação com a possibilidade de essa ação mergulhar o Oriente Médio em um conflito regional, insistindo que o fim da guerra na Faixa de Gaza é necessário para frear a escalada.

Isso foi transmitido pelos ministérios das Relações Exteriores de Jordânia, Omã, Kuwait e Iraque, assim como pela Arábia Saudita, que pediu “moderação” para evitar um conflito regional após os ataques dos EUA e Reino Unido contra posições militares dos rebeldes houthis do Iêmen.

O Ministério das Relações Exteriores da Jordânia informou, em comunicado, que acompanha com “grande preocupação” a operação contra o Iêmen, destinada a destruir a capacidade militar dos houthis para acabar com seus ataques a navios comerciais no mar Vermelho.

A pasta enfatizou que a comunidade ocidental tem a responsabilidade de “impedir a agressão e a arrogância israelense” contra a Faixa de Gaza, ou então a região ficará imersa “no fogo da guerra regional, que ameaçará a segurança e a paz internacionais”.

“Israel está conduzindo toda a região a mais conflitos, tensões e guerras por meio de sua agressão brutal contra a Faixa de Gaza e sua tentativa de abrir novas frentes e arrastar o Ocidente para elas, a fim de prolongar a vida política do primeiro-ministro”, Benjamin Netanyahu, declarou o governo jordaniano.

Os houthis advertiram em várias ocasiões que só atacarão navios comerciais ligados a Israel ou com destino a portos israelenses, afirmando que a única condição para acabar com essas ações é uma trégua e o fim do assédio à Faixa de Gaza.

Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores de Omã lamentou que “não reste outra escolha a não ser deplorar que esse ato militar tenha sido recorrido por países amigos (EUA e Reino Unido) enquanto Israel estende sua guerra brutal contra a Faixa de Gaza com impunidade”.

O governo de Omã lembrou que o país árabe já havia alertado sobre “a expansão do conflito devido à agressão israelense”, ao mesmo tempo em que pediu a todas as partes que acabem com a escalada e as operações militares para se concentrar “nas verdadeiras razões da crise”.

Na mesma linha, o Kuwait também pediu a redução da escalada e “recorrer à prudência para evitar qualquer perigo que ameace a liberdade de navegação” no mar Vermelho, por onde transita cerca de 15% do comércio mundial.

O Ministério das Relações Exteriores do Iraque alertou que o apoio contínuo a Israel na guerra na Faixa de Gaza e o fracasso do Ocidente em assumir suas responsabilidades ao pressionar por um cessar-fogo podem levar a um aumento do “risco de guerra e da disseminação da violência” no Oriente Médio.

“Acreditamos que a ampliar o alcance dos ataques não representa uma solução para o problema, mas levará à sua expansão. A solução está no Conselho de Segurança da ONU exercendo suas responsabilidades e emitindo uma resolução para deter a guerra agressiva e brutal contra os palestinos na Faixa de Gaza”, disse a nota. EFE