Jerusalém (EFE).- O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, acusou nesta sexta-feira Israel de querer “expulsar os palestinos de suas terras”, depois de anunciar um plano para expandir a ofensiva militar na Faixa de Gaza até Rafah, no extremo sul, onde vivem mais de um milhão de pessoas deslocadas.
O líder da ANP – que governa pequenas áreas da Cisjordânia ocupada – expressou “forte condenação” às declarações do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que anunciou nesta sexta-feira que encarregou o Exército de um plano para expandir a ofensiva até Rafah e evacuar os civis mais cedo.
“Isso constitui uma ameaça real e um prelúdio perigoso para a implementação da política israelense rejeitada de deslocar o povo palestino de suas terras”, afirma um comunicado da presidência da ANP.
Abbas considerou tanto Israel quanto o governo dos Estados Unidos, presidido por Joe Biden, “totalmente responsáveis” pelas consequências dessa “política destrutiva” e cobrou ação do Conselho de Segurança da ONU.
“O povo palestino não abandonará suas terras e não aceitará ser deslocado de sua terra natal”, disse Abbas.
Os ataques israelenses a Rafah, onde 1,3 milhão de palestinos – cinco vezes a população habitual – estão vivendo em condições de superlotação, aumentaram nos últimos dias e, com isso, os temores de uma ofensiva terrestre do Exército israelense na área, uma opção que agora assume uma nova dimensão após o anúncio de Israel.
“É impossível atingir o objetivo de guerra de eliminar o Hamas e deixar quatro batalhões em Rafah”, disse nesta sexta-feira uma declaração do gabinete do primeiro-ministro de Israel.
Netanyahu ordenou que as Forças de Defesa de Israel e a Defesa apresentem ao gabinete um “plano duplo para a evacuação da população e a dissolução dos batalhões”.
“Está claro que uma operação em massa em Rafah exige a evacuação da população civil das zonas de combate”, analisou.
No início da ofensiva terrestre na Faixa de Gaza, Israel já havia ordenado a evacuação de mais de um milhão de pessoas que viviam na metade norte do enclave para o sul, mas a questão agora é para onde os refugiados de Rafah – mais da metade dos 2,3 milhões de habitantes da Faixa de Gaza – serão transferidos após a destruição no norte, onde 70% das casas foram destruídas ou danificadas. EFE