Gustavo Petro. EFE/Arquivo/Carlos Ortega

Petro anuncia que Colômbia suspenderá compra de armas de Israel

Bogotá (EFE) – O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou nesta quinta-feira que seu país suspenderá todas as compras de armas de Israel em resposta a um suposto ataque realizado durante a distribuição de alimentos e ajuda humanitária na Cidade de Gaza, onde mais de 100 pessoas morreram e outras 700 ficaram feridas.

“Pedindo comida, mais de 100 palestinos foram mortos pelo (primeiro-ministro israelense Benjamin) Netanyahu. Isso é chamado de genocídio e lembra o Holocausto, mesmo que as potências mundiais não gostem de reconhecê-lo”, escreveu Petro em uma publicação em sua conta na rede social X (ex-Twitter), onde republicou uma mensagem de outra conta com um vídeo do massacre mostrando dezenas de corpos empilhados.

E depois pediu: “O mundo deve bloquear Netanyahu. A Colômbia suspende todas as compras de armas de Israel”.

Pelo menos 112 moradores da Cidade de Gaza morreram e 760 ficaram feridos nesta quinta-feira na rua Al Rashid, no sudeste da cidade, enquanto aguardavam a chegada de ajuda humanitária em um comboio de 32 caminhões, de acordo com os últimos números do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza.

“O ataque foi premeditado e intencional, no contexto do genocídio e da limpeza étnica do povo da Faixa de Gaza. O exército de ocupação sabia que essas vítimas tinham vindo para este local para obter alimentos e ajuda, mas as matou a sangue frio”, denunciou o governo da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas.

Porém, as Forças de Defesa de Israel (FDI) negaram essa afirmação e dizem que a maioria das mortes aconteceu em uma debandada causada por uma multidão faminta que, segundo informações, saqueou e cercou os caminhões de ajuda, fazendo-os recuar.

Exportações israelenses

Essa não é a primeira vez que Israel e Colômbia ameaçam ou tomam uma decisão desse tipo. Em outubro, em meio à escalada da tensão diplomática entre os dois países por conta da posição firme de Petro em apoio à Palestina, Israel anunciou a suspensão das exportações do setor de segurança para a Colômbia.

As Forças Armadas colombianas têm Israel entre seus fornecedores, principalmente de peças de reposição para aviões de combate Kfir, adquiridos na década de 1980, período em que os fuzis Galil, fabricados no país sob licença israelense, também chegaram ao país.

Israel é um importante parceiro comercial da Colômbia, para onde, em 2021, exportou US$ 115 milhões não apenas em produtos de segurança, mas também em equipamentos de transmissão, pesticidas, instrumentos médicos, têxteis, polímeros e maquinário para diferentes setores.

A Colômbia exportou para Israel US$ 325 milhões, principalmente em briquetes de carvão, café e flores. EFE