Bogotá (EFE).- O governo da Colômbia notificou oficialmente Israel do rompimento de relações diplomáticas em repúdio ao que o presidente Gustavo Petro chamou de “genocídio” em Gaza, e disse que começará a coordenar a saída dos diplomatas daquele na Colômbia.
“O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia informa que ontem (quinta-feira) entregou de maneira oficial ao embaixador de Israel na Colômbia (Gali Dagan), a Nota Verbal sobre a decisão do governo de romper relações diplomáticas com o Estado de Israel a partir de hoje”, informou nesta sexta a Chancelaria colombiana em um breve comunicado.
Petro, um fervoroso defensor da causa palestina, disse na quarta-feira, diante dos trabalhadores reunidos em uma praça em Bogotá que a partir de quinta-feira “as relações diplomáticas com o Estado de Israel serão rompidas (…) por ter um governo, ter um presidente genocida”.
A Chancelaria colombiana também disse hoje que “o embaixador foi informado que através da Direção de Protocolo do Ministério serão coordenados o procedimento e os horários de saída do pessoal diplomático, ao mesmo tempo que será manifestada a intenção de manter a atividade das respectivas Seções Consulares em Tel Aviv e Bogotá”.
Depois que o Ministério publicou a declaração, Petro voltou a se referir à guerra em Gaza e criticou os bombardeios de Israel.
“A Colômbia não pode estar próxima de um genocídio; o direito internacional deve ser preservado para deter a barbárie”, disse.
Afirmou também: “Hoje a diplomacia é a expressão do poder econômico e militar; a diplomacia deve ser, por outro lado, a razão do povo, e seu objetivo não deve ser outro senão a paz e a vida da humanidade em toda a sua diversidade”.
O embaixador Dagan não comentou o rompimento das relações diplomáticas nem a declaração da Chancelaria.
O governo colombiano afirmou ontem em comunicado que a ruptura diplomática não é dirigida “contra o povo israelense ou contra as comunidades judaicas, pois estamos unidos por laços históricos e de amizade que persistirão”.
No entanto, o rompimento das relações diplomáticas tem sido muito criticado no país por diversos setores que consideram que a decisão de Petro não terá qualquer impacto na guerra de Gaza e poderá prejudicar a Colômbia, que tem laços estreitos com Israel, especialmente nos domínios militar, econômico e comercial.
Israel é um tradicional fornecedor de armas, equipamento militar, dispositivos médicos, maquinaria, sistemas de segurança e produtos químicos para a Colômbia, que por sua vez exporta principalmente carvão, café, flores e doces. EFE