Luiz Inácio Lula da Silva (d) e Fumio Kishidanesta sexta-feira em Brasilia. EFE/Andre Borges

Lula pede a Kishida que Japão autorize a importação de carne brasileira

Brasília (EFE).- O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu nesta sexta-feira ao primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, que haja “equilíbrio” nas relações comerciais entre os dois países e que permita a importação de carne bovina brasileira.

Lula afirmou durante a visita de Kishida a Brasília que é necessário que o comércio seja recíproco para que os dois países se sintam “confortáveis” e descreveu como “problemático” o fato de que as trocas bilaterais terem caído nos últimos anos para US$ 11 bilhões atuais.

“Bom comércio não é aquele em que um vende e o outro não compra nada; bom comércio é uma via de mão dupla”, declarou no Palácio do Planalto.

Nesse sentido, Lula destacou a qualidade e o bom preço da carne brasileira e manifestou a esperança de que após a visita ao Brasil, maior produtor mundial de carne bovina, Kishida autorize a importação, até agora bloqueada pelas restrições sanitárias do Japão.

“Levem o primeiro-ministro para comer um churrasco no melhor restaurante de São Paulo para que na próxima semana ele comece a importar a nossa carne”, declarou, dirigindo-se aos seus ministros.

Kishida não se referiu à questão da carne, mas disse querer levar a cooperação econômica bilateral “ao próximo nível” e afirmou que seu governo estudará formas de “fortalecer” as relações com o bloco comercial do Mercosul.

Além disso, o premiê falou da importância de fortalecer a ONU perante a “difícil situação internacional”, bem como de trabalhar para uma reforma do Conselho de Segurança, no qual ambos os países aspiram há anos a um assento permanente.

Durante a visita a Brasília, da qual participaram 150 empresários e autoridades japonesas, os dois líderes am cerca de 40 acordos de cooperação nas áreas de segurança cibernética, ciência e tecnologia, agricultura e meio ambiente.

Ainda hoje, Kishida planeja viajar ao Paraguai e amanhã, o primeiro-ministro japonês retornará ao Brasil para uma série de encontros com empresários e descendentes de japoneses em São Paulo.

O Brasil tem a maior comunidade de descendentes de japoneses fora do Japão, estimada em mais de dois milhões de pessoas, e o país asiático abriga, por sua vez, o quinto maior grupo de brasileiros no exterior, cerca de 211 mil. EFE