Vladimir Putin. EFE/Alexander Kazakov/SPUTNIK/KREMLIN POOL

Putin oferece diálogo ao Ocidente, mas defende a construção de uma nova ordem mundial

Moscou (EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ofereceu nesta terça-feira ao Ocidente o diálogo sobre segurança e estabilidade estratégica, embora tenha defendido a criação de uma nova ordem mundial após ser empossado para um quinto mandato à frente do Kremlin.

“Não rejeitamos o diálogo com os países ocidentais. Depende deles”, disse após prestar juramento com a mão direita sobre uma cópia da Constituição russa durante uma cerimônia oficial no Grande Palácio do Kremlin.

Putin se perguntou: “Será que pretendem continuar tentando travar o desenvolvimento da Rússia, continuar a política de agressão e pressão que não cessa há anos sobre o nosso país, ou procurar formas de cooperação e paz?”

“Estivemos e estaremos abertos ao fortalecimento de boas relações com todos os países, que veem a Rússia como um parceiro confiável e honesto. E essa é efetivamente a maioria mundial”, acrescentou.

Destacou que o diálogo com o Ocidente sobre questões de segurança e estabilidade estratégica é “possível”, mas advertiu que este não deve ocorrer “a partir de uma posição de força”, mas sim “sem arrogância, prepotência ou exclusividade pessoal, e apenas sob igualdade condições, respeitando os interesses de cada um”.

Entretanto, destacou que a Rússia continua o trabalho de “formação de um mundo multipolar e um sistema de segurança equitativo e indivisível”.

Putin afirmou a importância da Rússia ser “autossuficiente” e “competitiva” e que o sistema sócio-político é “absolutamente robusto” diante qualquer desafio e ameaça.

Além de garantir que a segurança do povo russo é uma prioridade para ele, lembrou os “heróis” da campanha militar na Ucrânia, questão pendente para seu quinto mandato.

Putin, no poder desde 2000, ordenou ontem às Forças Armadas que realizassem manobras com armas nucleares tácticas no Distrito Militar do Sul, que inclui os territórios ucranianos anexados por Moscou, em resposta às “provocações” e “ameaças” ocidentais.

Além disso, Moscou convocou os embaixadores da França e do Reino Unido por causa das declarações de seus líderes sobre o possível envio de tropas da Otan para a Ucrânia e o direito de Kiev de atacar alvos em território russo com armas ocidentais. EFE