Sameh Shukri. EFE/Arquivo/Rosa Soto

Egito adverte EUA sobre a “grave ameaça” das operações de Israel em Rafah

Cairo (EFE).- O ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shukri, advertiu nesta segunda-feira o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, sobre “a grave ameaça” à região do Oriente Médio que representam as operações militares de Israel em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza.

Ambos abordaram “amplamente” em um telefonema as consequências humanitárias e de segurança “das operações militares israelense na cidade palestina de Rafah”, bem como a apreensão da agem fronteiriça homônima por Israel que está impedindo a entrada de ajuda humanitária no enclave, de acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores egípcio.

Shukri lembrou a Blinken que mais de 1,4 milhão de pessoas estão sendo gravemente afetadas “como resultado do encerramento da agem de Rafah e da continuação dos ataques israelenses em grande escala”, ao mesmo tempo que insistiu na necessidade de reabrir a agem e permitir a entrada de ajuda humanitária.

Da mesma forma, o egípcio destacou “os graves riscos de segurança decorrentes da continuação das operações militares israelenses”, algo que segundo o comunicado representa uma “séria ameaça associada à estabilidade da região”.

Neste sentido e diante da catástrofe humanitária que assola a população de Rafah, ambos os diplomatas destacaram a importância da abertura das agens terrestres que ligam a Faixa a Israel para permitir o o à ajuda em quantidades suficientes, ao mesmo tempo que manifestaram mais uma vez a sua rejeição. do deslocamento forçado de palestinos.

De acordo com estimativas da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), cerca de 360 ​​mil pessoas fugiram de Rafah desde a primeira ordem de evacuação emitida pelo Exército israelense há uma semana, quando inicialmente pediu para evacuar os bairros mais a leste nos arredores da cidade, onde havia cerca de 100 mil pessoas.

No entanto, durante o fim de semana Israel expandiu a ordem de deslocamento para mais áreas do centro de Rafah e hoje adicionou outros dois bairros localizados na metade ocidental.

Mais de 35 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças, morreram desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro do ano ado, e quase 79 mil ficaram feridas, às quais se somam cerca de 10 mil desaparecidos que se acredita estarem presos sob os escombros de edifícios destruídos pelos bombardeios. EFE