Jake Sullivan durante uma coletiva nesta segunda-feira. EFE/SHAWN THEW

EUA negam que haja “genocídio” em Gaza, mas pedem a Israel que proteja civis

Washington (EFE) – O governo dos Estados Unidos negou nesta segunda-feira que haja um “genocídio” na Faixa de Gaza, mas pediu a Israel que “faça mais” para garantir a proteção dos civis no território palestino.

“Acreditamos que Israel pode e deve fazer mais para garantir a proteção e o bem-estar de civis inocentes. Não acreditamos que o que está acontecendo em Gaza seja genocídio”, disse o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, em entrevista coletiva.

Sullivan reiterou que os EUA se opõem a uma operação militar em grande escala na cidade de Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza e na fronteira com o Egito. Lá estão cerca de 1,4 milhão de pessoas, a maioria dos quais fugiu dos ataques israelenses no restante do enclave.

“Acreditamos que seria um erro lançar uma operação militar em grande escala no coração da região, o que colocaria em risco um grande número de civis”, afirmou Sullivan.

Até o momento, o governo dos EUA considera a operação israelense em Rafah como sendo de “alcance limitado”, não a “invasão em grande escala” contra a qual vem alertando há meses.

De acordo com estimativas da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA), cerca de 360 mil pessoas fugiram de Rafah desde a primeira ordem de evacuação emitida pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) há uma semana, quando inicialmente foi solicitada a saída dos bairros mais ao leste nos arredores da cidade, onde havia cerca de 100 mil pessoas.

No fim de semana, Israel ampliou a ordem de deslocamento para mais regiões do centro de Rafah e, nesta segunda-feira, acrescentou mais dois bairros na metade oeste da região.

Mais de 35 mil pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, foram mortas desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em 7 de outubro do ano ado, e quase 79 mil ficaram feridas, e acredita-se que cerca de 10 mil estejam sob os escombros dos prédios destruídos pelos bombardeios. EFE