Madri (EFE) – O rei Felipe VI destacou nesta segunda-feira que os bons jornalistas e o bom jornalismo são “a melhor ferramenta” para combater notícias falsas e que a qualidade da democracia é colocada em risco quando não há “informações verdadeiras e completas”.
Na cerimônia de entrega da 41ª edição do Prêmio Internacional de Jornalismo Rei da Espanha, na Casa de América, em Madri, Felipe VI enfatizou a importância do jornalismo e das informações “imparciais e verificáveis”, que “têm um grande impacto na convivência”.
A área jornalística, conforme ele ressaltou, deve ser “respeitada, preservada e salvaguardada” para que continue sendo um dos pilares da democracia em sua missão de serviço público.
“A confiança, entendida como uma esperança firme, na imprensa, é crucial para o jornalismo atual e futuro. E quem diz jornalismo, diz também para a democracia (…) Sem informação verdadeira e completa, a qualidade da democracia fica comprometida”, disse o chefe de Estado espanhol.
“A sociedade civil e as instituições democráticas de todo o mundo devem defender a liberdade de informação como um direito cívico ou do cidadão e como uma obrigação de direitos públicos, com base em notícias verdadeiras e verificadas”, acrescentou.
Por esse motivo, Felipe VI enfatizou a necessidade de um “jornalismo de excelência” para combater a desinformação, a especulação e conteúdos confusos, imprecisos ou enganosos que podem ser gerados por novas ferramentas, como a inteligência artificial.
Na interseção entre os esforços jornalísticos para buscar a verdade e relatá-la e a irrupção de novas tecnologias, o rei destacou que “o desejo do público de entender melhor o mundo e o que acontece nele converge”.
Ele também recomendou a recuperação de uma das “tecnologias mais ancestrais dos seres humanos”, como a conversação, para resolver o problema da desconexão com o público.
“Uma forma de combater a fadiga das notícias, de explorar as próprias fontes, uma forma de refletir em meio a notícias ruins”, acrescentou.
O monarca parabenizou os vencedores do prêmio ibero-americano de maior prestígio no jornalismo, que são procedentes de México, Argentina, Colômbia e Espanha, por contribuírem para a melhoria das comunidades protagonistas de suas histórias e, com elas, tentarem melhorar o mundo, “uma meta tão ambiciosa quanto necessária”.
O evento contou com a presença do ministro do Interior da Espanha, Fernando Grande-Marlaska, do vice-presidente do Conselho Geral do Poder Judiciário (CGPJ), Vicente Guilarte, e do secretário-geral Ibero-Americano, Andrés Allamand.
Os anfitriões foram o presidente da Agência EFE, Miguel Ángel Oliver, e o diretor da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid), Antón Leis, as duas instituições que organizam a premiação desde 1983, e que concedem 10 mil euros para os vencedores de cada categoria. EFE