Gaza/Jerusalém (EFE).- As equipes da Defesa Civil da Faixa de Gaza recuperaram cerca de 60 corpos no bairro Tal al Hawa, na cidade de Gaza (norte), após a retirada nesta sexta-feira das forças israelenses, após uma semana de ataques.
Segundo fontes da organização, o Exército retirou-se dos bairros de Tal al Hawa e Rimal, e também da sede da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) na capital de Gaza, onde Israel mantém uma nova ofensiva para tentar para impedir o reagrupamento dos militantes do Hamas.
Há dois dias, as autoridades israelenses ordenaram a evacuação de toda a cidade de Gaza, e incentivaram a população civil a dirigir-se para a “zona segura” de Deir al Balah, no centro da Faixa, mas as organizações humanitárias denunciam que não há um lugar seguro para ir.
Equipes da Defesa Civil recuperaram ontem mais 60 corpos no bairro de Shujaiya, depois da retirada da última quarta das tropas, e denunciaram que a área se tornou completamente inabitável após a agem de soldados israelenses.
Israel já realizou uma intensa operação em Shujaiya, reduto do Hamas na cidade de Gaza, em dezembro, que deixou a área praticamente devastada, e regressou brevemente em abril para impedir o regresso das tropas do grupo palestino.
Entre Shujaiya e Tal al Hawa, as autoridades de Gaza recuperaram cerca de 120 corpos nos últimos dois dias.
Mais de 38,3 mil pessoas já morreram em toda a Faixa, de acordo com os últimos números do Ministério da Saúde do enclave controlado pelo Hamas, e estima-se que milhares de corpos ainda estejam enterrados sob os escombros.
Entretanto, o Exército israelense mantém uma dura ofensiva em Rafah, a cidade mais a sul da Faixa de Gaza, onde no último dia as tropas “eliminaram numerosos terroristas em combates de curta distância e ataques aéreos, e desmantelaram infraestruturas terroristas na área”, segundo um comunicado militar.
Israel disse que suas forças localizaram uma oficina de produção de armas e uma grande quantidade de fundos “usados em atividades terroristas” no centro do devastado enclave palestino, acrescentando que vários militantes foram eliminados. EFE