EFE/MOHAMMED SABER

Pesquisa aponta que 90% dos palestinos creem que Israel quer cometer genocídio em Gaza

Jerusalém (EFE).- Cerca de 90% dos palestinos acreditam que os objetivos de curto prazo de Israel em sua ofensiva contra a Faixa de Gaza, que começou há mais de um ano e deixou mais de 42,7 mil mortos, são “cometer genocídio ou expulsá-los de suas terras”, de acordo com uma pesquisa recente do instituto Centro Palestino de Pesquisas (PSR, na sigla em inglês).

Este é um dos principais resultados de uma pesquisa da PSR que analisa, entre outros aspectos, o impacto psicológico que a ofensiva israelense em Gaza está tendo sobre os palestinos, bem como os ataques perpetrados pelo Hamas no dia 7 de setembro à sociedade israelense.

“Os acontecimentos dos últimos 13 meses causaram danos psicossociais negativos dramáticos a ambas as sociedades (palestinos e israelenses). Há mais desconfiança entre os dois grupos e cada parte considera sua própria vitimização maior do que qualquer outra”, afirma a pesquisa.

Neste sentido, a pesquisa também indica que a maioria dos israelenses acredita que o Hamas procurou cometer “genocídio ou conquistar sua terra” quando realizou seus ataques de 7 de outubro, em que mataram 1,2 mil pessoas e raptou 251 pessoas, das quais quase 100 ainda estão mantidos no enclave.

De acordo com este estudo, tanto a guerra em Gaza como os ataques do Hamas aumentaram os níveis de “dor, sofrimento, desconfiança e desumanização” entre ambas as sociedades, o que por sua vez está conduzindo um menor apoio entre ambas as partes para a solução de dois Estados como o fim do conflito.

“O apoio entre os judeus israelenses a esta solução desigual e antidemocrática de um Estado único é hoje de 42%, o mais elevado já registrado nas pesquisas conjuntas”, indica a pesquisa, que também observa que, muitos israelenses defendem a anexação completa da Cisjordânia ocupada” sem conceder direitos iguais aos palestinos”.

Apesar destes resultados, o relatório destaca que quando questionados se preferem uma guerra regional ou a chegada da paz à região, a maioria dos entrevistados, tanto palestinos, como judeus e árabes israelenses, defendem a chegada da paz.

“O medo da guerra pode ser aproveitado para gerar um maior apoio público à paz. No entanto, esta conclusão apenas destaca a necessidade de uma liderança forte, legítima e corajosa, comprometida com o objetivo da paz que nenhum dos lados tem atualmente”, conclui este relatório. EFE