Moscou (EFE).- O Kremlin negou, nesta segunda-feira, que o líder russo, Vladimir Putin, e o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, tenham mantido uma conversa telefônica após a vitória do republicano nas eleições presidenciais do último dia 5.
“Esta notícia é pura invenção. É informação falsa”, disse Dmitry Peskov, porta-voz presidencial, na sua entrevista coletiva, se referindo à informação divulgada pelo jornal “The Washington Post”.
Por insistência dos jornalistas, Peskov enfatizou que “não houve tal conversa”.
“Este é o melhor exemplo da qualidade da informação que agora é por vezes publicada até mesmo por meios de comunicação bastante respeitáveis. Não tem nada a ver com a realidade”, disse.
Rússia insiste em última ligação ocorreu em 2020
O site do Kremlin especifica que a última conversa telefônica entre os dois mandatários ocorreu em julho de 2020, antes de Trump deixar a Casa Branca.
Segundo o jornal americano, Trump e Putin teriam conversado em 7 de novembro, horas antes do chefe do Kremlin discursar no Clube de Debate Valdai, durante o qual parabenizou o candidato republicano pela vitória.
Durante a conversa, Trump teria recomendado a Putin que não intensificasse a guerra na Ucrânia, após o que lhe lembrou da considerável presença militar que os Estados Unidos têm na Europa.
Além disso, expressou sua disposição de realizar novas conversas para abordar “em breve a resolução da guerra na Ucrânia”.
Durante a campanha eleitoral, Trump afirmou ser capaz de chegar a um acordo em 24 horas para acabar com a guerra na Ucrânia, o que o Kremlin considerou um “exagero”.
Desde que venceu as eleições de terça-feira, o republicano manteve dezenas de conversas telefônicas com líderes mundiais, incluindo uma com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Trump realiza estas conversas telefônicas a partir da sua mansão na Flórida, sem a participação do Departamento de Estado, uma vez que a equipa do líder republicano desconfia dos funcionários de carreira.
Além de felicitar Trump no Valdai Debate Club, Putin chamou-o de “corajoso” por se comportar “como um homem” diante da tentativa de assassinato que sofreu em um comício eleitoral em julho e mostrou-se “disposto” a manter contatos com o futuro presidente americano. EFE