Volodymyr Zelensky. EFE/SERGEY DOLZHENKO

Zelensky discursa no Parlamento Europeu após mil dias de guerra na Ucrânia

Bruxelas (EFE).- O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta terça-feira perante o Parlamento Europeu que seu país e seus parceiros ocidentais fizeram muito juntos contra a invasão russa, mas não devem “ter medo de fazer ainda mais” diante de novos desafios, como a presença de tropas norte-coreanas nas fronteiras ucranianas.

“Enquanto certos líderes europeus pensam em (como ganhar) suas eleições às custas da Ucrânia, (o presidente russo, Vladimir) Putin está concentrado em vencer esta guerra. Ele não irá parar sozinho e quanto mais tempo tiver, piores serão as condições”, disse Zelensky perante o plenário do Parlamento Europeu, que lembrou hoje em sessão extraordinária os mil dias desde o início da invasão russa da Ucrânia.

O presidente ucraniano exemplificou os esforços da Rússia ao alertar que o contingente de tropas norte-coreanas em solo russo para combater as forças ucranianas, que cifrou atualmente 11 mil soldados, poderia chegar a até 100 mil soldados.

“Juntos conseguimos muito, mas não devemos ter medo de fazer mais todos os dias (…). Cada dia é o melhor momento para exercer mais pressão sobre a Rússia. E está claro que, sem certos fatores-chave, a Rússia carecerá de motivação real para se envolver em negociações significativas”, declarou Zelensky, citando a destruição das suas bases aéreas, a perda da sua capacidade de produzir mísseis e drones ou o confisco dos seus bens.

“Sabem muito bem que Putin não valoriza as pessoas nem as regras. Apenas valoriza o dinheiro e o poder. É isso que temos de remover para restaurar a paz”, frisou.

O presidente ucraniano advertiu também “aqueles que pensam que podem vender qualquer país como a Ucrânia, a Geórgia ou a Moldávia e obter algo em troca” que “ninguém pode desfrutar de águas calmas no meio de uma tempestade”, razão pela qual a paz que se alcance tem de ser justa para a Ucrânia, enfatizou.

Antes do discurso de Zelensky, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, assegurou que a instituição que lidera permaneceu ao lado da Ucrânia durante estes mil dias e continuará a fazê-lo “enquanto for necessário”.

“Este é um ataque não apenas à Ucrânia, mas à ordem baseada em regras. Um ataque aos nossos valores e ao nosso modo de vida. Paz, democracia e liberdade: é isso que está em jogo. E sabemos o sacrifício que está sendo ado pelo povo ucraniano, não só por eles, mas por todos nós”, disse Metsola. EFE