EFE/Arquivo/SASCHA STEINBACH

Operação da Interpol contra golpes financeiros cibernéticos termina com 5.500 detidos

Paris (EFE).- Um total de 5.500 detidos e mais de US$ 400 milhões apreendidos (cerca de R$ 2,32 bilhões) são os números recordes de uma operação coordenada pela Interpol contra golpes financeiros através da internet e fraudes eletrônicas em todo o mundo, realizada desde o último mês de julho.

A HAECHI V, que é a quinta edição de uma operação deste tipo, duplicou este ano o número de casos resolvidos em relação a 2023, com um total de 8.309, detalhou nesta quarta-feira a agência policial internacional em um comunicado.

Além disso, este ano, em que estiveram envolvidas polícias de 40 países, territórios ou regiões, o número de usuários de provedores de ativos digitais (VASP) bloqueados triplicou em relação a 2023, ultraando mil.

A Interpol coordenou os serviços de segurança nacionais e regionais dos cinco continentes para perseguir crimes digitais como o ‘phishing’, uma técnica para personificar a identidade – geralmente a voz – de alguém em quem a vítima confia, a fim de enganá-la mais facilmente.

As consequências dos crimes cibernéticos podem ser “devastadoras” para as pessoas que perdem “as poupanças de uma vida” e para as empresas que ficam “paralisadas”, destacou no comunicado o secretário-geral da Interpol, o brasileiro Valdecy Urquiza.

A operação global também rastreou possíveis chantagens sexuais online, enganos românticos, jogos de azar ilegais, fraudes de e-mail corporativo e golpes em vendas digitais.

No âmbito destas investigações, as autoridades coreanas colaboraram este ano com as autoridades chinesas para desmantelar uma organização criminosa com sede em Pequim que fraudou quase 2.000 pessoas em cerca de US$ 1,1 bilhão (cerca de R$ 6,4 bilhões) através de phishing de voz.

Este grupo criminoso roubou dados pessoais e documentos de identidade de funcionários do Estado para ter o às vítimas. Pelo menos 27 pessoas foram presas, 19 das quais já foram indiciadas.

A Interpol também alertou os países sobre uma nova técnica de fraude de criptomoedas que afeta a moeda digital Tether e que consiste em atrair vítimas com um engodo romântico para obterem essa criptomoeda estável e, através de um link de ‘phishing’, arem suas carteiras de investimentos. EFE