Jerusalém (EFE).- O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, ordenou que o Exército do país mantenha suas posições no lado sírio do Monte Hermon, na zona desmilitarizada das Colinas de Golã, durante os meses de inverno.
“Devido ao que está acontecendo na Síria, manter o cume do Monte Hermon é uma questão de segurança de grande importância”, disse Katz aos soldados israelenses mobilizados na área ontem, de acordo com um comunicado de seu gabinete emitido nesta sexta-feira.
A ordem implica que Israel deve construir “instalações apropriadas” para manter sua presença militar durante o auge do inverno, detalha o documento.
O Exército israelense se posicionou na zona desmilitarizada das Colinas de Golã, amplamente ocupada por Israel desde a guerra de 1967, após a queda do regime de Bashar al Assad na Síria no domingo, após uma ofensiva-relâmpago de insurgentes islâmicos.
A mobilização, que as autoridades israelenses dizem ser temporária, foi criticada por alguns países árabes e pela ONU, cujo secretário-geral, António Guterres, disse na segunda-feira que constitui uma violação do acordo territorial entre Israel e a Síria, que remonta a 1974.
O Estado judeu justificou sua decisão para proteger as comunidades fronteiriças israelenses diante da instabilidade no país vizinho.
Em um comunicado divulgado na tarde desta sexta-feira, as forças israelenses detalharam que encontraram “mísseis antitanque, coletes militares, munição e equipamento militar” durante sua mobilização na área fronteiriça e compartilharam imagens das armas encontradas.
Além disso, destacaram que a 474ª Brigada do Exército, que inclui engenheiros, paraquedistas e soldados das forças especiais, está “reforçando a barreira” na fronteira com a Síria e realizando “missões defensivas” na área, sem dar mais detalhes.
Além da sua presença na zona desmilitarizada, Israel bombardeou nos últimos dias grande parte das armas do regime do deposto Assad em diferentes partes da Síria e afirma ter destruído cerca de 80% das suas capacidades estratégicas para evitar que sejam usadas no futuro por forças hostis.
As Colinas de Golã são uma região estratégica que Israel ocupou durante a Guerra dos Seis Dias em 1967 e anexou formalmente em 1981, em um ato não reconhecido pela comunidade internacional. Este território montanhoso, com cerca de 1.300 quilômetros quadrados, também faz fronteira com a Jordânia e o Líbano. EFE
