Ahmed al-Sharaa. EFE/Arquivo/Yayha Nemar

Novo líder sírio diz que não permitirá que país seja usado como base para atacar Israel

Londres (EFE).- O novo líder de transição da Síria, Ahmed al Sharaa, disse nesta terça-feira que não permitirá que seu país seja usado como “plataforma de lançamento” para ataques contra Israel ou qualquer outro Estado.

Em uma entrevista exclusiva ao jornal britânico “The Times”, Al Sharaa – anteriormente conhecido pelo nome de guerra Abu Mohammad al Jolani – pediu aos países ocidentais que levantem as sanções impostas ao seu país durante o regime de Bashar al Assad.

O líder rebelde também advertiu Israel de que o país deve encerrar seus ataques aéreos na Síria e se retirar do território que tomou naquele país depois que Assad fugiu na semana ada.

Sobre este ponto, o novo líder da istração síria ressaltou que “a justificativa de Israel (na Síria) era a presença do Hezbollah e das milícias iranianas, então essa justificativa não existe mais”.

“Não queremos nenhum conflito com Israel ou qualquer outro e não permitiremos que a Síria seja usada como plataforma de lançamento para realizar ataques. Os sírios precisam de um descanso e os ataques devem acabar e Israel deve recuar para suas posições anteriores,” declarou.

Al Sharaa, que se encontrou ontem à noite com uma delegação britânica que incluía o diplomata Stephen Hickey e a representante britânica para a Síria, Ann Snow, também destacou que quer que sejam suspensas todas as sanções impostas ao seu país durante o regime de Assad.

Quanto à classificação por países como os Estados Unidos e o Reino Unido do grupo liderado pela Organização para Libertação do Levante (HTS) – uma dissidência da Al Qaeda na Síria – como uma organização terrorista, Al Sharaa disse acreditar que se trata de “uma designação política”, que se ajusta mais ao regime de Assad, ao mesmo tempo em que justificou que seu grupo estava realizando “atividades militares”.

A este respeito, afirmou que os países “devem rever esta designação agora”, uma vez que a Síria é “muito importante geoestrategicamente” e lembrou que, desde a derrubada de Assad na ofensiva da coalizão insurgente islâmica que liderou em 8 de dezembro, “todas as restrições deveriam ser suspensas”. EFE