Volodymyr Zelenskyy (d) e Keir Starmer nesta quinta-feira, em Kiev. EFE/SERGEY DOLZHENKO

Reino Unido assina parceria de 100 anos com a Ucrânia

Kiev/Londres (EFE).- O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, disse nesta quinta-feira em Kiev que o Reino Unido continuará apoiando a Ucrânia muito depois que sua “terrível guerra” com a Rússia terminar e esse país volte a ser “livre”.

O líder trabalhista realizou hoje uma coletiva de imprensa conjunta com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, depois de ter viajado para a capital ucraniana para o acordo. um tratado de associação bilateral de 100 anos que garantirá a segurança a longo prazo deste país, em guerra com a Rússia desde 2022.

“Estamos com vocês não apenas hoje ou amanhã, neste ano ou no próximo, mas por 100 anos, muito depois que esta guerra terrível terminar e a Ucrânia estiver livre e próspera novamente”, disse Starmer.

“Vamos ser claros, todos nós queremos que esta guerra acabe, ninguém quer isso mais do que os ucranianos, mas neste momento, (o presidente russo Vladimir) Putin não mostra sinais de querer a paz”, acrescentou.

O premiê se referiu ao bombardeio russo perpetrado hoje na capital que, segundo comentou, “foi um lembrete dos ataques diários (que sofrem nas mãos da Rússia) e da determinação dos ucranianos diante deles”.

Starmer, cuja visita não havia sido anunciada anteriormente, revelou que seu país forneceria mais apoio militar à Ucrânia, incluindo canhões de artilharia fabricados no Reino Unido.

“Já comprometemos 3 bilhões de libras em ajuda militar este ano e iremos mais longe para apoiar a linha de frente, fornecendo um empréstimo de mais 2,2 bilhões de libras a ser pago não pela Ucrânia, mas pelos juros derivados dos ativos russos congelados”, anunciou.

Starmer revelou que seu governo fornecerá um novo sistema de defesa aérea à Ucrânia, projetado pelo Reino Unido e financiado pela Dinamarca, desenvolvido para “atender às necessidades da Ucrânia” e que continuará treinando tropas ucranianas em solo britânico.

O papel desempenhado na guerra pelos Estados Unidos é “vital”, observou Starmer, que prestou homenagem ao governo de Joe Biden, por ter ajudado as tropas de Kiev a enfrentar a agressão russa durante todo o conflito.

Ele também reiterou que é crucial que a Ucrânia esteja na “posição mais forte possível” até 2025 e garantiu que Londres desempenhará um papel “de liderança” no que diz respeito a garantir a segurança daquele país, embora não tenha revelado detalhes a respeito.

De sua parte, Zelensky disse que os dois mandatários discutiram a proposta apoiada pela França de que mediadores ocidentais supervisionem qualquer cessar-fogo futuro, embora tenha itido que “é um pouco cedo para falar sobre detalhes”.

A este respeito, Starmer considerou que essas negociações “continuarão por muitos meses” e que uma “paz duradoura” para a Ucrânia deve garantir a segurança e a independência ucranianas e os direitos daquele país de “escolher seu próprio futuro”. EFE