Moscou (EFE).- O Kremlin se absteve nesta quarta-feira de criticar a proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de expulsar os palestinos da Faixa de Gaza, que já foi rechaçada por Egito, Jordânia e autoridades palestinas.
“Sobre a questão da realocação, sim, ouvimos a declaração de Trump a respeito. E também vimos as declarações de Amã (…) e Cairo (…), onde se falou do rechaço a tal ideia. Por enquanto, é assim que vemos o que está acontecendo no Oriente Médio”, disse o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, em sua entrevista coletiva diária por telefone.
Peskov também enfatizou a posição “bem conhecida” da Rússia sobre a solução do conflito palestino, que se baseia no apoio à fórmula dos dois Estados, que lembrou ser apoiada por “uma grande maioria de países” e foi endossada por resoluções da ONU.
“Estamos partindo dela. Também a apoiamos e consideramos que é a única alternativa possível”, declarou.
Dessa forma, o Kremlin não se alinhou nem com os países árabes, que rejeitaram categoricamente a ideia do presidente dos EUA, nem com aliados como a China, que a criticaram.
Trump disse na terça-feira que os Estados Unidos “assumirão o controle” da Faixa de Gaza e realizarão sua reconstrução, com a construção de novas moradias, após reassentar os palestinos em outros lugares.
“Será nossa responsabilidade desmantelar todas as bombas não detonadas, nivelar o solo, livrar-se dos edifícios destruídos e aplanar a área para promover o desenvolvimento econômico que gerará uma quantidade ilimitada de empregos e moradias para a população”, disse o presidente americano durante uma entrevista coletiva com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Questionado sobre qual seria a forma de tal ocupação e se seria permanente, Trump respondeu afirmativamente, dizendo que prevê uma “posição de propriedade de longo prazo” sobre a Faixa de Gaza. EFE