Pete Hegseth na sede da Otan nesta quinta-feira. EFE/OLIVIER HOSLET

Planos de paz para Ucrânia não são “traição” a Kiev, diz secretário de Defesa dos EUA

Bruxelas (EFE).- O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou nesta quinta-feira que os esforços americanos para acabar com a guerra na Ucrânia não são uma “traição” a Kiev.

“Certamente, não é uma traição”, disse o político ao chegar à reunião dos ministros da Defesa da Otan em Bruxelas.

Seus comentários foram feitos depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, falou por telefone na quarta-feira com seus homólogos russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky, em um primeiro o para tentar acabar com a guerra na Ucrânia.

Hegseth declarou hoje que “nenhum país” assumiu “um compromisso maior” com a Ucrânia do que os Estados Unidos diante da invasão russa em larga escala, e lembrou que Washington forneceu a Kiev “mais de 300 US$ bilhões”.

“Então os EUA investiram em estabilizar essas linhas de frente após a agressão da Rússia. Não há traição aí. Há um reconhecimento de que o mundo inteiro e os EUA estão dedicados e interessados ​​na paz, uma paz negociada, como o presidente Trump disse, que acabará com as matanças”, declarou, acrescentando que isso exigiria que tanto Moscou quanto Kiev “reconheçam coisas que não querem”.

“Meu trabalho como secretário de Defesa, trabalhando ao lado da Otan, é garantir que as capacidades de defesa desta aliança sejam tão fortes e robustas quanto possível para deter qualquer agressão futura no continente”, completou.

O secretário de Defesa disse ainda que os americanos são “uma parte ativa” da Otan e continuarão sendo. No entanto, enfatizou que investir 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em defesa “não é suficiente”.

“3% e 4% e, finalmente, como disse o presidente Trump, 5% de gasto com defesa é crítico, um entendimento de que há uma máquina de guerra russa que tentou se apoderar de mais e mais território na Ucrânia. E se opor a isso é uma importante responsabilidade europeia”, salientou.

“Até 5% é o investimento necessário para que os países da Otan garantam que seremos capazes de enfrentar as ameaças do futuro, seja a Rússia no continente ou uma China (…) que também tem suas próprias ambições”, alertou, frisando que seu papel é “falar de forma realista” sobre o curso do conflito na Ucrânia.

“Acho que vocês viram ontem o presidente Trump, que é o melhor negociador do mundo, unir os dois lados para encontrar uma paz negociada, que é o que todos querem”, declarou.

“Como vocês viram ontem, há um homem no mundo capaz de unir as partes para alcançar a paz, e esse homem é o presidente Donald Trump”, reiterou.

O secretário americano também se referiu à indústria de defesa, argumentando que precisa da capacidade de criar “os sistemas e a munição necessários para sustentar uma luta”.

“Outra coisa que agregaria são as vendas militares estrangeiras, e isso é algo com que os Estados Unidos estão comprometidos em acelerar o processo de garantir que nossos aliados obtenham o que precisam, quando precisam”, finalizou. EFE