Nova York (EFE).- O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, falou em “impor sanções” e até mesmo “ações militares” como formas de pressionar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a aceitar um acordo sobre a guerra na Ucrânia.
Em entrevista ao jornal “The Wall Street Journal”, o vice-presidente americano também ressaltou que a Ucrânia deve ter “independência soberana” e acrescentou que o acordo que sair das negociações para acabar com a guerra será surpreendente.
Vance disse ao jornal que a opção de enviar tropas americanas para a Ucrânia se Moscou não negociar de boa-fé continua “sobre a mesa”, adotando um tom muito mais duro do que o do secretário de Defesa, Pete Hegseth, que na quarta-feira sugeriu que os EUA não mobilizariam forças militares.
“Existem ferramentas econômicas de influência, e é claro que existem ferramentas militares de influência” que os Estados Unidos poderiam usar contra Putin, ressaltou Vance.
A entrevista aconteceu horas depois de o presidente Donald Trump dizer que em breve iniciará negociações com Putin para acabar com a guerra na Ucrânia.
“O presidente não vai entrar nisso cegamente. Ele vai dizer: ‘Tudo está na mesa, vamos fazer um acordo’”, destacou Vance, que discursará nesta sexta-feira na Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, uma reunião de líderes mundiais para discutir ameaças globais.
Autoridades europeias, que estão se esforçando para garantir reuniões bilaterais com Vance, esperam que a primeira visita de alto nível do governo Trump inaugure uma nova era de cooperação com os EUA em um momento de turbulência global e que o vice de Trump ofereça detalhes sobre o plano para acabar com a guerra, lembrou o jornal.
Por sua vez, Vance declarou que dirá aos líderes que a Europa deve aceitar a ascensão de partidos populistas, interromper a imigração em massa e coibir políticas progressistas.
“É realmente sobre censura e imigração, esse medo que o presidente Trump e eu temos de que os líderes europeus estejam um pouco aterrorizados com seu próprio povo”, disse Vance, acrescentando que pediria aos políticos alemães que trabalhassem com todos os partidos, incluindo o ultradireitista e anti-imigração Alternativa para a Alemanha. EFE