Nir Oz (EFE).- O presidente de Israel, Isaac Herzog, pediu desculpas em nome do Estado nesta terça-feira ao ex-refém Oded Lifshitz durante seu enterro no kibutz Nir Oz, perto da fronteira com a Faixa de Gaza, depois que seu corpo foi devolvido do enclave palestino em 20 de fevereiro como parte do cessar-fogo.
“Em nome do Estado de Israel, peço desculpas a você, amado Oded, peço desculpas a (sua esposa) Yocheved e à sua amada família. Perdão porque o Estado de Israel não protegeu você, sua família e seu kibutz”, disse Herzog no funeral realizado no cemitério do kibutz e fechado à imprensa.
“Lamento que, diante de tamanha crueldade desumana, você tenha sido deixado sozinho. Sinto muito por não termos conseguido resgatá-lo e levá-lo e a todos os seus amigos para casa sãos e salvos, fora das garras dos assassinos. Peço perdão”, continuou o político.
Lifshitz foi cofundador do kibutz, bem como um jornalista que criticava fortemente as políticas do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em relação à Faixa de Gaza. Ele também era um ativista pela paz e por uma solução política para o conflito israelense-palestino.
Ele foi levado à força, junto com sua esposa, por combatentes islâmicos durante o ataque de 7 de outubro de 2023, e mantido refém pela Jihad Islâmica Palestina. De acordo com o Instituto Nacional de Medicina Forense de Israel, Lifshitz foi morto em cativeiro há mais de um ano, embora o Hamas afirme que ele foi morto por ataques aéreos israelenses no início da guerra.
O presidente israelense também enfatizou a importância de devolver os 63 reféns restantes, entre os quais estima-se que mais de 30 tenham sido mortos.
“Não descansarei nem ficarei em silêncio até que todos eles estejam em casa”, declarou.
O corpo de Lifshitz foi devolvido como parte da sétima troca de reféns israelenses por detidos e prisioneiros palestinos, juntamente com os corpos das crianças Ariel e Kfir Bibas. O corpo de Shiri Bibas, sua mãe nascida na Argentina, foi devolvido um dia depois, quando o Hamas inicialmente entregou o corpo de um cidadão de Gaza.
Desde então, Israel não libertou os 620 detidos e prisioneiros palestinos correspondentes à devolução dos quatro corpos e à libertação de seis outros reféns vivos no sábado, 23 de fevereiro, o que, segundo o Hamas, impede o início das negociações para que o cessar-fogo não seja interrompido ao final de sua primeira fase no sábado. EFE
