Jerusalém (EFE).- O presidente de Israel, Isaac Herzog, confirmou nesta quinta-feira que os quatro corpos entregues pelo Hamas na noite ada pertencem aos reféns Itzik Elgarat, Ohad Yahalomi, Shlomo Mansur e Tsahi Idan.
“O coração dói ao receber a amarga notícia da identificação dos corpos de Ohad Yahalomi, Tshai Idan, Itzik Elgarat e Shlomo Mansur, de abençoada memória, que foram devolvidos durante a noite do cativeiro por assassinos do Hamas. Nesta hora difícil, há algum conforto no fato de que serão enterrados no túmulo de Israel”, escreveu Herzog em uma mensagem em sua conta na rede social X.
A confirmação também veio do gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em nota na qual disse que, após concluir o processo de identificação dos corpos, o Centro Nacional de Medicina Forense e a Polícia de Israel informaram os familiares.
“De acordo com os serviços de inteligência e todas as informações em nossa posse, Ohad, Tsahi e Itzik foram mortos no cativeiro em Gaza. Shlomo Mansur foi morto no massacre em 7 de outubro de 2023 e seu corpo foi retido na Faixa de Gaza”, detalhou o comunicado.
O grupo palestino entregou os quatro corpos à Cruz Vermelha na noite de quarta-feira sem realizar nenhum tipo de cerimônia, segundo foi pactuado anteriormente com o governo israelense.
A troca foi supervisionada por representantes do Egito, país que mediou as negociações de cessar-fogo na Faixa de Gaza, ao contrário de ocasiões anteriores, segundo confirmou à Agência EFE Basem Naim, membro do gabinete político do Hamas.
“Tsahi, Itzik e Ohad foram sequestrados vivos de suas casas no kibutz Nahal Oz e Nir Oz e aram um longo período no cativeiro do Hamas em Gaza. Eles deveriam ter retornado vivos; eles poderiam ter sido salvos e trazidos de volta por meio de um acordo. Shlomo foi sequestrado de sua casa no kibutz Kissufim e morto em 7 de outubro”, lamentou o Fórum de Familiares de Reféns em um comunicado.
Com esta identificação, Israel já recebeu os primeiros 33 reféns (25 deles vivos e oito mortos) que o Hamas concordou em entregar nesta primeira fase do cessar-fogo, iniciada em 19 de janeiro, em troca da libertação de 1.900 prisioneiros palestinos.
O grupo palestino, por sua vez, confirmou nesta quinta-feira a libertação de um total de 642 prisioneiros palestinos por Israel durante a noite.
No entanto, segundo informou a emissora de televisão catariana “Al Jazeera”, pelo menos 24 crianças em cativeiro ainda não foram libertadas porque Israel decidiu travar sua liberação até que os quatro corpos fossem identificados.
Este grupo fez parte ainda da sétima troca, que ocorreu no último sábado, quando milícias palestinas libertaram seis reféns.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não a havia autorizado anteriormente por causa das “cerimônias humilhantes” do Hamas durante as entregas de reféns.
Na quarta-feira, ambos os lados, por meio dos mediadores do conflito – Catar, Egito e Estados Unidos -, concordaram com a entrega sem cerimônia dos últimos quatro corpos desta primeira fase e a libertação de mais de 600 prisioneiros palestinos.
“Renovamos nosso pleno comprometimento com o acordo de cessar-fogo com todos os seus detalhes e disposições e nossa prontidão para iniciar negociações relacionadas à segunda fase do acordo”, disse o grupo palestino nesta quinta-feira.
A segunda fase do acordo de cessar-fogo prevê a libertação dos demais reféns e a retirada completa do Exército israelense da Faixa de Gaza, mas ainda não se sabe quando se iniciarão as negociações pertinentes, que, segundo o texto, deveriam ter começado há semanas. EFE