Marco Rubio. EFE/Arquivo/SHAWN THEW/POOL

Rubio afirma que EUA permanecerão na Otan, mas insiste em elevar gasto militar a 5% do PIB

Bruxelas (EFE).- O secretário de Estado dos UA, Marco Rubio, garantiu nesta quinta-feira, na sede da Aliança Atlântica, que seu país “vai permanecer na Otan”, mas insistiu que os aliados devem aumentar seus gastos com defesa e dedicar 5% de seu PIB ao setor.

“Os Estados Unidos continuam tão ativos na Otan como sempre. E parte dessa histeria e hipérbole que vejo na mídia mundial e em parte da mídia nacional dos Estados Unidos sobre a Otan é injustificada. O presidente dos EUA (Donald) Trump deixou claro que apoia a Otan. Vamos permanecer na Otan”, declarou Rubio ao chegar a uma reunião de ministros das Relações Exteriores da entidade.

Em sua primeira participação em uma reunião da Otan, Rubio afirmou que “todos querem sair daqui entendendo que estamos em um caminho, um caminho realista para que cada um dos membros cumpra a promessa de chegar a 5% do PIB em gastos”.

Rubio acrescentou que isso “inclui” os Estados Unidos, que terão que aumentar sua participação.

“Se as ameaças são realmente tão sérias quanto eu acredito que sejam, como os membros desta Aliança acreditam que sejam, então essa ameaça tem que ser enfrentada com um compromisso total e real”, analisou.

Atualmente, de acordo com as expectativas de gastos da Otan para 2024, os EUA gastam 3,38% do seu PIB em defesa.

“Queremos tornar a Otan mais viável. E a única maneira de tornar a Otan mais forte e mais viável é que nossos parceiros, os Estados-nação que compõem esta importante Aliança, tenham mais capacidade”, disse ele, referindo-se ao fato de que há “economias avançadas, países ricos, neste clube que têm a capacidade de fazer mais”.

Rubio disse entender que “há políticas internas, após décadas de construção de vastas redes de segurança social, que talvez não queiram abrir mão disso e investir mais em segurança nacional”.

No entanto, enfatizou que os acontecimentos dos últimos anos, como uma guerra em grande escala na Ucrânia, no “coração da Europa”, são um “lembrete de que o poderio militar ainda é necessário como um impedimento”.

“Entendemos que esse é um compromisso. Temos que fazer isso todos os anos em nosso país. Garanto a vocês que também temos necessidades domésticas, mas priorizamos a defesa devido ao papel que desempenhamos no mundo e queremos que nossos parceiros façam o mesmo”, explicou.

Rubio enfatizou que Trump “não é contra a Otan”, mas “contra uma Otan que não tem as capacidades necessárias para cumprir as obrigações de cada um dos Estados-membros”.

“Ninguém espera que vocês consigam fazer isso em um ou dois anos. Mas o caminho tem que ser real”, enfatizou.

Rubio ressaltou que também foi observado um aumento nas ameaças à liberdade de navegação e à integridade territorial no Indo-Pacífico, e que esperava também se envolver com parceiros do Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia, que foram convidados a participar da reunião ministerial.

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, agradeceu a Rubio e expressou condolências pela morte de quatro militares americanos na semana ada em um acidente na Lituânia, enquanto participavam de exercícios da Otan.

“Nós os honramos, e eles também nos lembram que os Estados Unidos são a Otan. Somos ativos”, disse Rubio. EFE