Moscou (EFE).- O Kremlin negou nesta segunda-feira que militares russos estejam realizando ataques contra alvos civis, depois que 20 pessoas foram mortas por um míssil que atingiu em 4 de abril uma área residencial em Kryvyi Rih, cidade natal do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
“Nossos militares atacam exclusivamente alvos militares ou quase militares. Não há ataques à infraestrutura social”, disse o porta-voz da presidência, Dmitry Peskov, em entrevista coletiva diária por telefone.
Peskov respondeu assim a uma pergunta sobre se as tropas russas podem ter cometido um erro ao lançar um ataque à cidade na região leste de Dnipropetrovsk, onde nove dos mortos eram menores de idade.
“Recomendo que nos guiemos inteiramente pelas declarações de nosso Ministério da Defesa”, sugeriu.
Essa foi a primeira reação oficial ao ataque desde que o Ministério da Defesa russo relatou o bombardeio com armas de precisão no local de encontro entre oficiais ucranianos e instrutores ocidentais “em um dos restaurantes de Kryvyi Rih”.
O míssil russo causou o impacto poucos minutos após ser lançado em uma área residencial, que incluía um parque infantil, prédios de apartamentos, instituições educacionais, lojas, empresas e um restaurante.
De acordo com o Estado-Maior da Ucrânia, a Rússia usou um míssil balístico Iskander-M com uma ogiva de fragmentação, “projetado para atingir uma área maior e um número maior de pessoas”.
Zelensky criticou a reação “fraca” dos Estados Unidos, que ainda não conseguiu fazer com que a Rússia aceite uma trégua total na Ucrânia por terra, mar e ar.
“Infelizmente, a reação da Embaixada dos EUA é desagradavelmente surpreendente: um país tão forte, um povo tão forte… e uma reação tão fraca. Eles têm até medo de pronunciar a palavra ‘russo’ quando falam sobre o míssil que matou as crianças”, disse o presidente ucraniano no Telegram. EFE