Moscou (EFE) – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o enviado dos Estados Unidos, Steve Witkoff, discutiram nesta sexta-feira no Kremlin possíveis negociações diretas entre Rússia e Ucrânia para chegar a uma solução pacífica para a guerra entre os dois países.
“Eles discutiram, entre outras coisas, a possível retomada das negociações diretas entre representantes de Rússia e Ucrânia”, disse o assessor internacional do Kremlin, Yuri Ushakov, em entrevista coletiva.
Ushakov enfatizou que a reunião, que durou três horas, serviu para “aproximar as posições” entre Kremlin e Casa Branca.
“Foi uma reunião construtiva e muito útil”, acrescentou.
O assessor ressaltou que, conforme combinado pelos dois presidentes, as consultas entre EUA e Rússia continuarão ativamente no futuro próximo.
O presidente dos EUA, Donald Trump, defendeu hoje a posição de Moscou sobre a anexação da Crimeia, que a Ucrânia considera inaceitável, à Federação Russa.
Além disso, afirmou que o compromisso da Rússia de cessar as hostilidades e renunciar a tomar mais território do que já controla no país vizinho são concessões suficientes.
Putin sinalizou pela primeira vez sua disposição de retomar os contatos diretos com Kiev nesta semana, sugerindo uma possível trégua de 30 dias nos ataques à infraestrutura civil, por sugestão do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
“Tudo isso precisa ser cuidadosamente estudado, inclusive em nível bilateral”, afirmou o líder russo na ocasião.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o principal obstáculo é o decreto assinado por Zelensky que o impede de negociar pessoalmente com Putin.
Representantes russos e ucranianos realizaram negociações diretas em Minsk logo após o início da intervenção militar russa em 24 de fevereiro de 2022 e se reuniram novamente em março em Istambul.
A Rússia afirma que os dois lados chegaram a um acordo em princípio, mas a interferência do Reino Unido atrapalhou o consenso, embora especialistas afirmem que as exigências de Moscou representariam, de fato, a capitulação de Kiev. EFE