O presidente da China, Xi Jinping, durante seu discurso na abertura do fórum China-Celac nesta terça-feira. EFE/ANDRES MARTINEZ CASARES

Xi Jinping incentiva países da América Latina e do Caribe a rechaçar ingerência externa

Pequim (EFE).- O presidente da China, Xi Jinping, declarou nesta terça-feira seu “apoio” aos países da América Latina e do Caribe para que “rechacem a interferência externa” e “sigam um caminho de desenvolvimento alinhado às suas condições nacionais”.

“A China apoia as nações regionais na defesa de sua soberania e independência nacionais”, disse o presidente chinês durante seu discurso de abertura na 4ª Reunião Ministerial China-Celac.

O encontro em Pequim conta com a presença de chanceleres e representantes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e, pela primeira vez, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus homólogos do Chile, Gabriel Boric, e da Colômbia, Gustavo Petro, este último ocupando a presidência rotativa do bloco.

Segundo o líder chinês, seu país e os da América Latina e do Caribe são “membros importantes do Sul Global” e devem “permanecer unidos diante das crescentes tensões geopolíticas, dos confrontos entre blocos” e das “crescentes correntes de unilateralismo e protecionismo”.

“Trabalharemos com os países da América Latina e do Caribe para salvaguardar firmemente o sistema internacional e falar em uma só voz sobre assuntos internacionais e regionais”, enfatizou.

“O desenvolvimento e a revitalização são nossos direitos inerentes, e equidade e justiça são nossa aspiração comum” diante das “turbulências geopolíticas e dos confrontos”, declarou Xi, frisando o trabalho conjunto “para praticar um verdadeiro multilateralismo, salvaguardar a equidade e a justiça internacional e promover a reforma do sistema de governança global para fomentar a multipolaridade”.

O presidente chinês observou que, no ano ado, o volume de comércio entre a China e a região ultraou US$ 500 bilhões pela primeira vez e anunciou que seu país pretende continuar desenvolvendo apoio mútuo com a América Latina e o Caribe em questões que afetam seus “principais interesses e preocupações”.

Empréstimos chineses

Nesse sentido, anunciou que seu país fornecerá US$ 9 bilhões em empréstimos para a região e fortalecerá a cooperação em matéria de segurança e aplicação da lei.

“Devemos estreitar os intercâmbios em vários campos e fortalecer a comunicação e a coordenação em importantes questões internacionais e regionais”, disse Xi, antecipando que, nos próximos três anos, Pequim convidará anualmente 300 líderes de partidos políticos dos países-membros da Celac para visitar a China para “trocar experiências sobre governança”.

Após a cerimônia de abertura da reunião, Xi oferecerá um almoço para os participantes, seguido pela sessão plenária do encontro, que será realizada a portas fechadas e concluída com a adoção de uma declaração conjunta.

Os principais tópicos da reunião serão “Interconexão elétrica e energias renováveis” e “Integração comercial”, dois tópicos alinhados com dois objetivos principais da China na América Latina: promover sua Iniciativa da Nova Rota da Seda e garantir o aos valiosos recursos naturais da região, como lítio, terras raras, petróleo e cobre. EFE