EFE/MOHAMMED SABER

Mais 20 palestinos são mortos enquanto buscavam ajuda humanitária em Gaza

Jerusalém (EFE).- Pelo menos 20 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nesta quarta-feira enquanto buscavam ajuda humanitária em um centro de distribuição perto do corredor de Netzarim, no centro da Faixa de Gaza, segundo informou a agência de notícias oficial palestina “Wafa”.

A agência não forneceu mais detalhes sobre o que aconteceu naquela área de Gaza e atribuiu as mortes às tropas de Israel.

Além disso, relatou que outras quatro pessoas morreram quando um drone israelense bombardeou uma tenda com refugiados na área de Al Mawasi, ao norte de Khan Younis, no sul da Faixa.

Desde que a Fundação Humanitária para Gaza (GHF), uma organização privada de empreiteiros americanos, começou a distribuir ajuda na Faixa em 27 de maio, após mais de dois meses de bloqueio total, o Ministério da Saúde do enclave relatou a morte de 163 pessoas e 1.495 feridos enquanto buscavam ajuda.

A fundação istra quatro pontos de distribuição de ajuda humanitária sob um novo mecanismo estabelecido por Israel para contornar a ONU, considerada anti-Israel pelo governo de Benjamin Netanyahu.

Na terça-feira, o Ministério da Saúde de Gaza registrou 36 mortos e 208 feridos em decorrência do que descreveu como tiros e disparos de artilharia israelenses em diferentes pontos da Faixa enquanto se dirigiam para coletar alimentos.

Desde a implementação do novo modelo de distribuição controlado pela GHF, têm sido relatadas mortes em ataques israelenses praticamente todos os dias, enquanto as pessoas esperam perto dos novos pontos de distribuição de alimentos controlados pela fundação e guardados pelas forças israelenses.

Organizações internacionais e a ONU, que costumavam ser os principais provedores de distribuição de ajuda e agora desempenham um papel secundário, criticaram a iniciativa por não ser neutra e forçar os palestinos a se deslocarem para zonas militares.

Israel permite a entrada dessas organizações em alguns caminhões, mas longe dos 600 por dia que a ONU acredita que deveriam estar disponíveis para atender às necessidades dos 2,1 milhões de habitantes de Gaza.

Ao mesmo tempo, a fundação distribui alimentos em quatro pontos, três no sul e um quarto no centro, mas estes abrem ocasionalmente e irregularmente devido a preocupações com a segurança e ao fato de a ajuda que transportam se esgotar rapidamente.

Nesta quarta-feira, a GHF informou em suas redes sociais que o centro de distribuição Tel Al Sultan, no sul de Gaza, está fechado para distribuição de alimentos e pediu aos moradores do enclave que não se dirijam ao local.

Por sua vez, o COGAT, agência militar israelense responsável por permitir a entrada de ajuda em Gaza, afirmou que, ao longo da terça-feira, permitiu a entrada de 108 caminhões de ajuda humanitária pertencentes à ONU e à comunidade internacional na Faixa. EFE