Beirute (EFE).- O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, presidiu nesta segunda-feira uma reunião consultiva de seu governo para abordar a situação no país, durante a qual alertou que Israel “está arrastando” o Oriente Médio para uma guerra e voltou a pedir pelo fim dos ataques israelenses ao Líbano.
“Israel está arrasando a região para a guerra e a comunidade internacional deve prestar atenção a este assunto e pôr fim a esta guerra”, disse o líder em um discurso no início da reunião, segundo um comunicado emitido pela presidência do Conselho de Ministros libaneses.
Mais uma vez, reiterou que o Líbano não está buscando um conflito e insistiu que o Estado judeu deve pôr fim aos seus ataques contra o país, bem como parar de violar seu espaço aéreo.
“Através das comunicações que fazemos, fica claro para nós quantos amigos o Líbano tem no mundo que o defendem e que estão fazendo todos os esforços possíveis para pressionar Israel a parar sua agressão e evitar a escalada de confrontos”, acrescentou Mikati.
O mandatário tinha convocado inicialmente um Conselho de Ministros “de emergência” para hoje, após o grande ataque iraniano contra Israel há dois dias, mas ontem à noite foi anunciado que a sessão estava sendo substituída por uma reunião “consultiva” com membros do Governo e outros altos funcionários.
O Líbano encabeça a lista dos países com maior risco de serem varridos no caso de uma escalada resultante da ação iraniana, uma vez que o grupo xiita libanês Hezbollah – um aliado próximo de Teerã – tem estado envolvido em um intenso fogo cruzado com o Estado judeu há mais de meio ano.
Além da situação de segurança, os participantes na reunião estudaram as atuais reservas alimentares no Líbano e o regresso dos refugiados sírios ao seu país de origem, um assunto que voltou a ser colocado na mesa após um suposto grupo sírio ter matado, uma semana atrás, um membro de um partido cristão.
Mikati reconheceu que “todos os dias surge uma crise” e lembrou que o país está sem chefe de Estado desde outubro de 2022.
“Nesta reunião reiteramos a necessidade de acelerar a eleição de um presidente da República (…) bem como a necessidade de romper o ime em relação ao vazio, que afeta todos os componentes do Estado e da estabilidade nacional”, disse o premiê, de acordo com a nota. EFE