Pedro Sánchez durante um pronunciamento nesta terça-feira. EFE/ Moncloa HANDOUT

Sánchez afirma que reconhecimento da Palestina é “rejeição rotunda” ao Hamas

Madri (EFE).- O presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, garantiu que a decisão de reconhecer nesta terça-feira o Estado da Palestina “não é contra ninguém” e “muito menos contra Israel”, país com o qual pretende manter as melhores relações, mas sim um “rejeição rotunda” ao Hamas, que não reconhece os dois estados.

Em um pronunciamento institucional em Madri, feito em espanhol e inglês, Sánchez lembrou que há mais de 140 países que já reconhecem a Palestina como Estado.

Destacou ainda que trata-se de uma “decisão histórica”, também adotada hoje pela Irlanda e pela Noruega, com o objetivo de “contribuir para a paz” no Oriente Médio.

“A única solução possível”, segundo o chefe do governo espanhol, é a dos dois Estados, Israel e Palestina, nesse caso com um corredor que liga a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, com Jerusalém Oriental como capital e com a Autoridade Nacional Palestina (ANP) no comando.

Sánchez explicou que isso não implica um reconhecimento de fronteiras além do estabelecido nas resoluções da ONU sobre a matéria e da posição mantida pela União Europeia (UE), sem alterações “que não sejam acordadas pelas partes” em relação aos limites de 1967.

O chefe do Executivo espanhol também manifestou o “rechaço rotundo” do seu país ao grupo islâmico Hamas e ao ataque contra Israel que em 7 de outubro terminou com mais de 1.200 mortos em solo israelense e quase 250 reféns que foram levados para Gaza.

Além disso, frisou que a Espanha continuará a “unir esforços para convocar uma conferência internacional de paz que torne a solução de dois Estados uma realidade de uma vez por todas”.

“A decisão que a Espanha adota hoje baseia-se no respeito pelo direito internacional e na defesa da ordem internacional”, afirmou, ressaltando que “a Espanha defenderá sempre os propósitos e princípios contidos na Carta das Nações Unidas”.

“Com o o que damos hoje, assumimos a nossa responsabilidade na busca da paz, segurança e prosperidade para todos os povos”, acrescentou.

“Mas acima de tudo, agimos de acordo com o que se espera de um grande país como a Espanha”, concluiu o chefe do governo espanhol. EFE