Los Angeles (EFE) – O Brasil já tem um Oscar. Neste domingo, “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, fez história ao se tornar a primeira produção do país a conquistar uma estatueta na tradicional premiação, vencendo na categoria de melhor filme internacional.
“Ainda Estou Aqui” levou a melhor na disputa com A Garota da Agulha (Dinamarca), Emilia Pérez (França), A Semente do Fruto Sagrado (Alemanha) e Flow (Letônia).
No palco do Teatro Dolby, em Los Angeles, Salles dedicou a histórica conquista à ativista e advogada Eunice Paiva e às duas atrizes que a interpretaram no longa, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro.
“Em nome do cinema brasileiro, é uma honra enorme receber isso de um grupo tão extraordinário. Isso vai para uma mulher que, após uma perda tão grande em um regime autoritário, decidiu não se dobrar, mas resistir. Esse prêmio é para ela, seu nome é Eunice Paiva. E também vai para as mulheres extraordinárias que deram vida a ela. Fernanda Torres e Fernanda Montenegro”, disse o cineasta.
“Ainda Estou Aqui”, longa baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, conta a história de Eunice Paiva, mãe do autor. Ela era casada com o deputado Rubens Paiva (interpretado por Selton Mello), ou a criar os cinco filhos sozinha e tornou-se advogada depois que, em 1971, ele foi preso por agentes do regime militar, torturado e morto.
O Brasil havia sido indicado outras quatro vezes na categoria de melhor filme internacional na história do Oscar, mas jamais tinha ganhado uma estatueta. A primeira foi com “O Pagador de Promessas“, em 1963. “O Quatrilho” concorreu em 1996, e “O Que É Isso, Companheiro?, em 1998. No ano seguinte, foi a vez de “Central do Brasil”, também dirigido por Walter Salles. EFE