Dmitry Peskov. EFE/Arquivo/ALEXANDER ZEMLIANICHENKO/AP POOL

Kremlin nega intenção de abandonar negociações de paz com a Ucrânia

Moscou (EFE).- O Kremlin negou, nesta quinta-feria, que esteja considerando abandonar as negociações de paz com a Ucrânia após os recentes “atentados terroristas” perpetrados por Kiev em território russo.

“Na reunião de ontem, o ministro das Relações Exteriores (Sergey Lavrov) expressou sua opinião de que, apesar disso, é necessário continuar os contatos em nível técnico, um ponto de vista apoiado pelo chefe de Estado, Vladimir Putin”, disse Dmitry Peskov, porta-voz da Presidência, em sua entrevista coletiva diária.

Ao mesmo tempo, ressaltou que “o fato de que o regime de Kiev tenha adquirido todas as características de um regime terrorista não pode ser ignorado no futuro. Isso será levado em consideração”.

Sobre o descarrilamento de dois trens no último fim de semana nas regiões de Bryansk e Kursk, que deixou sete mortos e mais de 100 feridos, pelo qual Moscou culpa Kiev, Peskov enfatizou que “sem dúvida, tais decisões são impossíveis sem a participação da alta liderança política” da Ucrânia.

Putin rejeitou ontem um possível cessar-fogo na Ucrânia e também descartou uma cúpula com o mandatário ucraniano, Volodymyr Zelensky, após acusá-lo de promover o terrorismo contra alvos civis em território russo.

“Hoje, em meio a pesadas perdas, recuando em todos os setores da frente, em uma tentativa de intimidar a Rússia, a liderança em Kiev se voltou para a organização de ataques terroristas”, disse Putin durante uma reunião com o governo transmitida ao vivo pela televisão.

Putin, visivelmente irritado, questionou sobre o que poderia conversar com alguém (Zelensky) que está interessado em terrorismo e não em paz.

“Ao mesmo tempo, eles estão pedindo o fim das ações militares por 30 ou até 60 dias. Mas como uma reunião como essa pode ser realizada nessas condições, para falar sobre o quê? Quem fala com alguém que está interessado em terror, em terroristas?”, afirmou. EFE